quarta-feira, 28 de julho de 2010

Arroz nos lagos de Viana

LÁ VEM O ARROZ, DE NOVO (e de velho)!


O belo Lago de Viana, desfigurado pela plantação de arroz no seu leito


O Governo do Estado está entregando 15 toneladas de sementes de uma nova variedade de arroz arariba para agricultores da Baixada Maranhense, incluindo Viana. A semente geneticamente melhorada, tem maior produtividade e resistência a uma das maiores doenças enfrentadas na região: a brusone de arroz. Que “diacho” é isso? Leia abaixo.

Brusone

“A brusone é a doença do arroz mais expressiva no Brasil, causando perdas significativas no rendimento das cultivares suscetíveis quando as condições de ambiente são favoráveis. A brusone ocorre em todo o território brasileiro, do Rio Grande do Sul ao Amazonas. Os prejuízos são variáveis, sendo maiores em arroz de terras altas. Em condições favoráveis à doença, na Região Centro-Oeste brasileira, as perdas podem chegar até 100%.”

Em reportagem desta sexta feira, 09/07 no jornal O Estado do MA, o gestor regional da Agerp (Agência de Pesquisa Agropecuária) de Viana, Marlúcio Mendonça, explicou que a seleção dos agricultores beneficiados foi feita pela própria Agerp. “Essa semente vai dar um salto de produtividade do arroz produzido na região”, afirmou o gestor.


Piranhas X Arroz X Ratos X Cidadãos

Bom, não temos certeza se essas sementes são as mesmas que serão utilizadas no polêmico plantio de arroz no leito do lago de Viana. Se for, estamos diante de infinitas contradições, visto que o Lago de Viana é uma área de proteção ambiental e não deveria estar sofrendo essas agressões, inclusive com a anuência de um órgão estadual. Por outro lado, além de receber agrotóxicos nas plantações, o arroz de várzea (esse do Lago de Viana) é alvo de uma feroz disputa entre ratos e piranhas, predadoras nativas da nossa região. E, para o cidadão vianense que vai consumir, resta apelar para a sorte de não sofrer nenhuma doença por ter que engolir um alimento manipulado geneticamente, com suspeita de agrotóxicos e também com resquícios dos roedores que montaram acampamento nas plantações.
 
Por: Por Luiz Antonio Morais
http://vianensidades.blogspot.com

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