terça-feira, 5 de junho de 2012

Feroz, Bancada Ruralista quer transferir para os Estados a decisão do tamanho das matas ciliares a serem recompostas



Senadora Katia Abreu(DEM-TO),presidente da CNA, durante entrevista coletiva na sede da Sociedade Rural Brasileira



Ruralistas vão propor “área de preservação mundial” na Rio+20


SÃO PAULO - A senadora Kátia Abreu (DEM-TO), líder dos ruralistas no Senado, afirmou que lançará, na Rio+20, uma proposta de criação de um conceito mundial de APP (Área de Preservação Permanente) nas margens dos rios.


A ideia é que as APPs, que servem para proteger as matas ciliares, sejam incorporadas por produtores rurais de todo o mundo.


Segundo Abreu, durante a Rio+20 será realizado um debate com cientistas para definir o conceito da “APP mundial”. Entre eles, especialistas da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), da Agência Nacional de Águas e pesquisadores internacionais.



“As pessoas discutem questões relacionadas ao acesso à água, mas ninguém debate a necessidade de preservação das fontes da água. Sobre esse tema, a ideia é debater o conceito e não a questão das metragens”, disse a senadora, que é presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).

Mas as APPs, que funcionam como um mecanismo de proteção natural contra erosão nas margens dos rios, não são consenso nem no Brasil. O tema é uma das maiores fontes de discordância nas discussões da reforma do Código Florestal.

A presidente Dilma Rousseff vetou o texto do Código que limitava a recomposição das matas às margens dos rios a 15 metros. A Medida Provisória editada para suprir os vetos propõe que as áreas a serem recuperadas nas margens de rios sejam de 5 metros (pequenas propriedades) até 100 metros, nas maiores fazendas.

Segundo Kátia Abreu, a bancada ruralista vai propor que a metragem de mata ciliar a ser recomposta com vegetação nativa seja definida pelos Estados individualmente.
“Por que não mandar para os estados a análise da margem de rios? Existe um preconceito para resolver isso por medo de que os estados desmatem, e temos que lutar contra isso”, disse a senadora.

VITRINE

Com um stand de 1.900 metros quadrados no Píer Mauá, um dos espaços que o governo disponibilizou para eventos paralelos à Rio+20, as entidades ligadas ao agronegócio pretendem mostrar aos visitantes as ações de sustentabilidade do setor.

O espaço, batizado de AgroBrasil, desenvolvido pela CNA e a Embrapa, será uma “vitrine” para as tecnologias que podem ser usadas pelos produtores rurais do país, em cada um dos principais biomas brasileiros.

Também na Rio+20, a entidade pretende pleitear uma política de “governança climática” que garanta a comercialização de créditos de carbono oriundos da atividade rural. “Queremos fazer do aquecimento global uma oportunidade de negócio. Quando tudo isso se transformar em ativo, a preservação ambiental será voluntária”, disse Abreu.

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