domingo, 13 de dezembro de 2015

Movimentos Sociais e Povos Tradicionais se unem em Apoio aos indígenas Gamela no Maranhão

Depois de os indígenas Gamela iniciarem retomada de seu território, grilado pelo latifúndio no Maranhão, iniciou-se um processo de perseguição e intimidação, com pistoleiros chegando a efetuar disparos em direção ao acampamento que foi montado para assegurar o Território.
Nesta quinta-feira, 3, houve reunião entre apoiadores do Movimento Gamela e representantes do Governo do Maranhão e da Funai, ratificando a necessidade de o órgão de política indígena do Governo Federal acelerar o processo de reconhecimento e demarcação do Território, há muito tempo reivindicado. Ficou marcada uma ida dos movimentos sociais e de representantes de órgãos públicos ao local do acampamento neste sábado, dia 5.
Representantes de movimentos sociais, sindicais e comunitários que desejarem se juntar a essa visita em apoio aos Gamela deverão estar às 9h da manhã de sábado em frente à Catedral da Cidade de Viana, na Baixada Maranhense, para de lá saírem juntos em direção ao Acampamento.
Além disso, foi publicada uma Carta de Apoio e Solidariedade aos Gamela, subscrita por quase cem organizações, que segue abaixo:

Nota em solidariedade ao povo indígena Gamela
Nós, entidades, associações, movimentos sociais e comunidades declaramos apoio e solidariedade ao povo indígena Gamela, que iniciou no dia 30/11, a retomada de parte do seu território tradicional, que se encontrava aprisionado e grilado por latifundiários, no município de Viana/MA, fato há muito denunciado sem que as autoridades tenham tomado providências.

Somos testemunhas que desde 2013 esse povo vem num processo de insurgência, lutando pela recuperação de sua identidade e do seu território. Essa luta, legítima, não vem sendo respeitada pelo governo federal, por meio da Funai, que tem obrigação legal de fazer a regularização fundiária dos territórios indígenas, uma obrigação prevista na Constituição Federal. Dessa forma, os indígenas empreendem ações próprias, colocando em risco até mesmo suas vidas.

A retomada de parte do território tradicional é um ato insurgente, que mexe com grupos que historicamente dominaram e dominam o poder político e econômico naquela região.

Repudiamos as ações que estão sendo praticadas pelos fazendeiros depois da retomada como:

1.      Ameaças de morte, com possível lista de nomes das principais lideranças do povo;
2.      Contratação de milícias;
3.      Disparo com arma de fogo contra o acampamento;
4.      Intimidação de indígenas nas comunidades para entregar informações;
5.      Aliciamento de jovens com promessa de emprego nas cidades (Viana, Matinha e São Luís), sem a garantia de direitos trabalhistas, jornadas de trabalho excessivas.
6.      Desmatamento dos recursos naturais e destruição de espaços sagrados e simbólicos de culto, cura, ervas medicinais e de alimentação, fundamentais à sobrevivência física e cultural do povo.
Diante dessa situação, exigimos que a Funai crie imediatamente o Grupo de Trabalho para estudo da terra indígena Gamela; que o Governo do Estado garanta a segurança do povo nesse momento de tensão e conflito.

Fazemos o canto do povo Gamela o nosso canto de libertação:
“Vamos minha gente jogar flecha no ar, vamos cortar os arames e a terra libertar”

Somos todos Gamela!

São Luís, 03 de dezembro de 2015

Assinam esta Carta:

Conselho Indigenista Missionário – Cimi/MA

Comissão Pastoral da Terra- CPT/MA

Núcleo de Estudos e Pesquisas em Questões Agrárias – NERA/UFMA

 Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu- MIQCB

Movimento Quilombola do Maranhão -  MOQUIBOM

TEIA de Povos e Comunidades Tradicionais do Maranhão

Grupo de Estudo modernidade, Desenvolvimento e Meio Ambiente- GEDMMA/UFMA

Sindicato dos Bancários - Maranhão

Fórum Maranhense de Mulheres

Sintrajufe/MA

CSP CONLUTAS

Associação dos Servidores Estaduais de Trânsito do Maranhão – ASSETRAN

Território Quilombola Vivo/Santa Helena-MA

Movimento Mulheres em Luta

Executiva Nacional dos Estudantes de Serviço Social – ENESSO – Região 1

Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe

Centro de Estudos Bíblicos -  CEBI/MA

Comunidades Eclesiais de Base - CEBs/MA

Secretaria Regional Nordeste 5 – CNBB N5

Pastoral da Criança – Maranhão

CÁRITAS/MA

CPT Diocesana/Coroatá

Associação dos Remanescentes de Quilombo da Comunidade Gurutil -Mirinzal MA

Fundação Barros - Tocantins

CPT- Prelazia do Marajó/PA

Quilombo Nazaré – Serrano/MA

Quilombo Santa Rosa – Serrano/MA

CPT Diocesana de Óbidos – PA

Laboratório de Estudos e pesquisas Agrarias e Campesinato (LEPEC/UFPE)

Povo Terena/MS

Associação Nacional de Ação Indigenista -  ANAÍ

Núcleo de extensão e pesquisa om populações e comunidades Rurais, Negras Quilombolas e Indígenas / NURUNI

Irmãs de São José de Cambery

CRB/ Núcleo Balsas

CRB/ Regional Maranhão

 Programa de Assessoria Jurídica Universitária Popular- PAJUPE

Centro Acadêmico de Geografia “29 de Maio” - CAGEO/UFMA

Quilombo Brasília /Serrano – MA

Congregação Irmãs de Notre Dame de Namur

Quilombo Açude/Serrano -MA

Quilombo Mariano dos Campos/ Serrano – MA

Quilombo Frechal dos Campos/Serrano – MA

Quilombo Cabanil/Serrano – MA

Território Quilombola Rio do Curral (Maiabi, Aranha, Rio do Curral, Cedral, Mata de Pantaleão)

Movimento Nacional de Mulheres Camponesas

Povo Krenyê

Povo Guajajara TI Pindaré

Pastorais Sociais Regionais/MA

Território Quilombola do Charco/São Vicente Ferrer-MA

Território Quilombola Cruzeiro/Palmeirândia-MA

CPT-Pinheiro -MA

Quilombo Engole/Cedral-MA

Território Quilombola Periumã/Bequimão-MA

Território Quilombola Pau Pombo/Santa Helena-MA

Território Quilombola Benfica/ Santa Helena-MA

Território Quilombola Santa Tereza/Mirinzal-MA

Território Quilombola Engenho do Meio/Mirinzal-MA

Paróquia Santa Luzia/Turilândia-MA

Paróquia Divino Espírito Santo/Mirinzal-MA

Território Periuma/Peri Mirim-MA

Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas no Maranhão -COAPIMA

Quilombo Urbano / São Luís - MA

Povo Tremembé/Raposa-MA

Território Quilombola Conceição/ Bequimão-MA

Território Quilombola Suassuí/Bequimão-MA

Território Quilombola Juraraítá/ Bequimão-MA

Território Quilombola Ramal do Quindiua/Bequimão-MA

Paróquia São Sebastião/ Peri Mirim-MA

Seminário Dom Ungarelli/ São Luis-MA

Paroquia Santo Antônio de Lisboa/ Palmeirândia-MA

Paroquia Nossa Senhora da Conceição/Central-MA

Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmem Bascaran/Acailandia-MA

Coordenação das organizações Indígenas da Amazônia Brasileira - COIAB

   Associação Pyngatiji da Aldeia Noa Jerusalém-MA

União de Moradores do TAIM/ São Luís-MA

Associação de Pais e Mestres Indígenas Guajajara – APMIG

Sociedade Maranhense de Direitos Humanos -SMDH-MA

Território Quilombola da Ponta/ Serrano-MA

Associação de Professores da Universidade Federal do Maranhão –APRUMA – Seção Sindical do Andes – Sindicato Nacional

Articulação das CPTs do Cerrado/Goiânia-GO

Paróquia Santo Antônio e Almas/Bequimão-MA

Povo Indígena Ka'apor-MA

Coletivo Mandacaru

Jornal Vias de Fato

Observatório de Políticas Públicas e Lutas Sociais

Associação Indígena Comunitária Wirazu - TI  Caru-MA

Núcleo de Estudos Geográficos NEGO- UFMA
 Fórum Carajás

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